Jardim do Seridó-atual.
Inicio hoje a noite , pois não tive tempo durante o dia,este pequeno relicário, palavra antiga mas que traduz bem algo que contem alguma coisa preciosa,e para quem está distante do meu Seridó amado,terra de gente bravia,do luso guerreiro, do indígena que não se rendeu,do africano forte e do judeu mercador,a lembrança da terra querida é algo que não se apaga, que permanece,que teima em batucar na mente sem parar.Digo isso por experiência própria, pois já tive que me ausentar das minhas paragens e a nostalgia era algo incontrolável,que me fazia sofrer.O mundo hoje se mostra ,apesar dos avanços da civilização contemporânea,mais selvagem do que a mais inexpugnável das selvas,as pessoas não valorizam a beleza das pequenas coisas,simples , singelas,que nos fizeram e fazem ter momentos de felicidades que só quem sente ou sentiu , podem descrever.Quando se é criança e corre-se no meio do mato,sentido o cheiro das árvores , do capim panasco,ouvindo o canto dos passarinhos da caatinga,bebendo água de açude após longa caminhada ,atirando de baladeira,nadando nos rios e açudes,subindo em mangueiras,pé de cajarana,siriguela,zambulã,umbú ou imbú, como queiram ,se experimenta a felicidade da inocência,da não preocupação,da não responsabilidade sobre coisa alguma,algo que só notamos o quanto foi bom quando o senhor de tudo, o tempo,nos afasta disto que não sabíamos que era tão caro para nós.Hoje,somente as aparências contam,tem de ter-se um carro novo, dos mais caros,uma mansão bem localizada,roupas de grife,um corpo que atraia olhares(nem que ele tenha de ser todo comprado na clínica de cirurgia plástica mais próxima)e muito , mas muito dinheiro no bolso , ou na conta bancária , se possível para mostrar aos amigos e fazer inveja aos mesmo ,como se isso comprasse uma Felicidade que se mostra cada vez mais inexistente.Futilidades,o mundo não é isso,a alegria está presente nas ações verdadeiras de uma criança que brinca, ao acaso,que olha os pássaros,que corre nas "varedas",que vive a vida em sua plenitude jovial e infantil,sendo sertaneja ou do agreste, seridoense ou de outra região , e é para elas ,ou para aqueles que foram elas,que faço esse blog,somente com o intuito de acordar o infante adormecido que vive embalado na nostalgia da terra natal.
Espero que me perdoem pela filosofia de botequim sertanejo,mas tive que liberar aqui um pouco de minhas lembranças ,impressões e valores,pois achei que seria oportuno.
Agora , espero trazer alegria a alguém que estiver longe,mas com recordações melancólicas de tempos passados.


Abraços a todos
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Sérgio Medeiros

PS: Não irei postar nome cientifico das plantas e animais,mas apenas a denominação local de como são conhecidos.Nada mais.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Preá do Seridó ou Caatinga.


 O preá do seridó é um pequeno roedor extremamente arisco,foge ao menor sinal de barulho ou ameaça,se reproduzem rápido em meio as moitas de capim , várzeas de rios secos e coivaras antigas.É caçado pois sua carne é muito apreciada.Logo após a estação  das chuvas no nosso  Seridó,começam a nascer filhotes aos milhares ,que logo crescem e recomeçam o ciclo.
O Sertanejo diz que , em anos bons de inverno nascem tantos, que uma febre se abate sobre uma grande parte ,fazendo com que uma parte destes morra,e que esta seria uma forma da natureza controlar a grande quantidade de indivíduos.
Ele cruza com o preá do reino ou porquinho da India.

Um comentário:

  1. Boa tarde, Sérgio.Gostei do que você escreveu, porque sou da mesma opinião. Sei o quanto a saudade bate no coração quando a gente vê a transformação que o mundo sofreu, não que ele devesse ficar congelado no que vimos, mas é uma pena ter perdido coisas preciosas que as gerações atuais não prezam por não terem conhecido. Eu entrei aqui porque estava pesquisando sobre preás, assunto que dei-me conta que nunca tinha dado atenção, logo eu que me interesso por tudo o que é de nossa fauna.Deixo um abraço para você e, embora esteja com o nome de minha esposa (que pensa como eu), quem vos fala é o marido dela, Reinaldo R. de Santana, do Rio de Janeiro, que curtiu muito terreno baldio, com calanguinhos e passarinhos e riachinhos cheios de barrigudinhos e girinos de sapo, quando menino e adolescente.

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